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08jul

Icone postado por Postado por: Dr Diego Astur

Afinal, as lesões no CrossFit são realmente mais comuns?

Muitos consideram o CrossFit como algo que vai além de um esporte. Para muitos, essa é uma filosofia de vida e de exercício físico. Mas para quem não sabe, CrossFit é uma marca de um programa fitness, baseado em treinos de alta intensidade, levantamento de peso, ginástica, entre outros exercícios praticados de maneira bastante competitiva. 

A própria marca descreve o CrossFit como um programa de força e condicionamento com "movimentos funcionais constantemente variados, executados em alta intensidade em domínios de tempo e modais amplos". O grande problema é que essa filosofia, ao se difundir de maneira rápida e empolgante por todas as regiões da cidade, atraiu pessoas que, muitas vezes, não estavam aptas, ou prontas para esta prática tão intensa. 

Isso significa que sou contra a modalidade esportiva? Com certeza não. Mas, às vezes, precisamos medir até onde nosso corpo é capaz de chegar, ou então prepará-lo para tal, antes de expor à cargas tão intensas de treino. 

A empolgação, a competição, e mesmo o estímulo que recebemos dentro deste ambiente, acaba resultando em abusos de achar que nosso corpo pode realizar movimentos com a repetição e a carga que muitas vezes ele não aguenta. E aí surgem as lesões. Sim, é hoje o esporte que mais recebo queixas de dor, incapacidade, e que diagnosticamos o maior número de lesões. E precisamos sim de programas de prevenção para evitar que as lesões ocorram.

Citaria dois problemas mais comuns: as tendinites, ou tendinopatias do ombro (tendinopatia do manguito rotador), e as lesões cartilaginosas da patela. Duas lesões que pioram em decorrência do movimento repetitivo e exagerado. A lesão cartilaginosa da patela, também chamada de condropatia patelar, ou ainda condromalácea, geralmente acomete mulheres entre 20 e 40 anos e que começam a estimular a musculatura da coxa. E muitas vezes, é essa pessoa que resolve iniciar uma atividade física e acaba escolhendo o CrossFit sem que exista nenhum preparo da sua musculatura. 

Resultado: um mecanismo extensor do joelho (musculatura da coxa, osso da patela, e os tendões patelar e quadricipital) pouco desenvolvido, submetido a uma carga muito elevada. A pressão sobre a patela aumenta e, durante movimentos de flexão do joelho — principalmente mais de 90 graus —, um osso atrita no outro. A pessoa percebe rangidos cada vez mais comuns ao dobrar o joelho, seguido de dor, inchaço e incapacidade funcional. Os sintomas pioram ao agachar, subir e descer escadas ou ficar muito tempo sentado com os joelhos dobrados. E aí chega ao consultório. 

Por isso, sugiro que prepare a musculatura antes de iniciar qualquer atividade física mais intensa. Fortaleça com um educador físico e reequilibre com um fisioterapeuta. E quando o seu corpo estiver preparado, as lesões serão menos prováveis em esporte de alta intensidade, como o CrossFit.

Agora, se você já se encontra com esses sintomas, procure o médico. A lesão condral ou da cartilagem evolui, piora, fica maior e mais profunda, e o final da história pode ser a artrose ou osteoartrose, principal causa para a incapacidade funcional do joelho. O objetivo do tratamento médico é tentar regredir ou parar a evolução da lesão.

Faça o esporte. Pratique atividade física. Mas lembre-se: seu corpo precisa estar pronto para ele!

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